Visando trazer maturidade ao ecossistema brasileiro, ambiente de coinovação do Bradesco aposta na conexão com startups internacionais
Renata Petrovic, head do habitat, contou a PEGN algumas escolhas que teve de fazer para transformar o espaço conhecido por seus eventos presenciais em um negócio alinhado com os novos tempos. A primeira e mais importante delas foi a criação do habitat conectado, uma plataforma digital que permitiu a startups e grandes empresas de todo o país fazer parte do ecossistema de inovação do Bradesco. Hoje, são 200 startups e 73 corporações dentro da plataforma. Mas o maior fruto dessa mudança, conta Petrovic, foi a entrada de negócios internacionais na rede.
Só nos últimos meses, o país viu a chegada do unicórnio mexicano Kavak, de compra e venda de carros usados, e do indiano BYJU’S Future School, de ensino de programação. Outro caso foi o da empresa colombiana Frubana, plataforma de e-commerce one-stop-shop para restaurantes, que se instalou no país após um aporte de R$ 352 milhões.
Um exemplo interno do habitat é a sueca Goalplan, que oferece um SaaS (software as a service) para organização de vendas. Rafael Faria, porta-voz da empresa no Brasil, contou que o mercado brasileiro hoje é um dos mais importantes no mundo. “A capacidade das empresas brasileiras de interagir com a inovação nos chamou a atenção”, afirma. Outro ponto é a localização dentro da América Latina. “É uma referência global.”
A startup chegou no início da pandemia, interagindo com áreas do Bradesco. Agora, se prepara para abrir sua sede no país — que será localizada no habitat. “Estamos em operação inicial, com alguns clientes, e animados com o que o Brasil pode nos oferecer”, diz Faria. Para o empreendedor, há um potencial na troca entre os dois ecossistemas. “As empresas suecas trazem para o Brasil o estilo ‘sério’ de fazer negócios e prover tecnologia, mas também temos a certeza de que os empreendedores brasileiros nos trarão muitos aprendizados.”
Outra companhia que iniciou sua empreitada no Brasil foi a japonesa Colorkrew, rede social corporativa com foco na produtividade dos colaboradores. Daniel Alves, sócio e porta-voz da empresa no país, diz que a marca foi atraída pelo crescimento da indústria de softwares no Brasil. “É um mercado que não demanda tanta mão de obra, é escalável e a distância cultural não é um problema”, afirma. A startup está no país desde janeiro de 2020, com uma equipe de sete pessoas. Entre os clientes estão companhias como Oi, Syngenta e Insper. “Agora, é pisar no acelerador com a retomada pós-vacina”, diz Alves.
Para Petrovic, as empresas ilustram uma nova fase do ambiente de inovação, que se voltará cada vez mais para o mundo. Um dos objetivos, conta, é fechar parcerias com hubs internacionais para fomentar a troca. “A nossa ideia é ter pontos que deem acesso a esses mercados para as nossas startups e vice-versa”, diz. O processo ainda está em fase de estruturação, mas o habitat olha polos que possam se destacar por temas, como cibersegurança em Israel. “Estamos mapeando e definindo. Há um mundo inteiro a ser explorado.”
Post original: https://revistapegn.globo.com/Startups/noticia/2021/08/por-que-o-inovabra-habitat-trouxe-startups-internacionais-para-dentro-da-sua-rede.html